Paranaguá é conhecida como o local onde o estado do Paraná começou a ser povoado, em 1550, mais especificamente na ilha de Cotinga, com o intuito de explorar ouro na região. A fundação da cidade aconteceu em 1649 e os índios a conheciam como “enseada do mar”.
É a maior cidade do litoral do estado, com cerca de 155 mil pessoas e, além disso, possui o maior porto exportador de grãos da América Latina. A cidade tem diversas belezas naturais e, sobretudo, muita história.
Nossa viagem era para a Ilha do Mel e paramos em Paranaguá na volta. Em seguida, o retorno para Curitiba demorou cerca de uma hora e meia, apesar da curta distância de 90 quilômetros, pois estávamos subindo a serra.
Após visitar a cidade, tenho certeza que você irá se encantar com os casarões coloridos ou então desbravar sua área de Mata Atlântica.
Conforme citamos, nós fomos conhecer a Ilha do Mel mas como estávamos com a agenda livre, fomos passar o domingo na cidade. Nós pesquisamos sobre a sua história e vimos fotos muito bonitas, como por exemplo, das casas antigas e do rio e você terá o prazer de conhecer alguns desses lugares aqui neste post.
Mas como nem tudo são flores, nós tivemos a impressão que a cidade está abandonada. Existem muitos casarões e igrejas mas a maioria está mal cuidada, com placas de obras e andaimes.
Há muitos pedintes e moradores de rua na orla, o que assusta em alguns momentos, mesmo porque estivemos na cidade no período da manhã. Então, imagine como deve ser a noite. Só para ilustrar, um deles até nos seguiu até o aquário, dentro do prédio e não vimos policiais, mesmo na entrada.
Nós não fomos assaltados ou roubados, mas ficamos em alerta o tempo todo na região.
Existem muitos casarões, igrejas e museus que ficam próximos ao centro e desse modo, vamos tentar contar um pouco da história de cada local.
Ao olhar o mapa, você verá que pode passear a pé, visto que muitos dos lugares que estão aqui no post são próximos.
A cidade inaugurou a escultura de um caranguejo, em 2017, na noite de abertura da Festa do Caranguejo de Paranaguá, ou seja, em dezembro daquele ano. Uma empresa doou a peça decorativa, construída pelo artesão Guilherme Ferreira, conhecido como Índio, e hoje é sem dúvida, um atrativo na cidade.
No entanto, ao andar pela praça, permaneça atento devido a quantidade de moradores de rua.
É provável que este seja o local onde está a maioria dos sobrados coloniais. Estes casarões antigos mostram ainda linhas e formas de colonização portuguesa e muitas foram tombadas de tal forma que abrigam museus, espaços culturais e mercados. Localiza-se na margem esquerda do rio Itiberê.
Em princípio, no século XVIII, o chamavam de Palacete Barbosa. Ele fica na Rua da Praia e, a saber, sua reforma ocorreu no final do século XVIII, quando o dono era um rico comerciante alemão que se estabeleceu na região. Atualmente, abriga a estação náutica.
É a casa rosa na esquina, na foto abaixo, mas não chegamos muito perto, pois haviam pessoas sinistras na frente do prédio, sentados em uma praça.
Localizado na Praça 29 de Julho e, assim como a cidade, foi o primeiro mercado público do Paraná. Construído em 1914 em estilo neoclássico, o espaço já abrigou o mercado do peixe e desde sua reforma, em 1983, funciona como um centro de artesanato.
Na frente do mercado de artesanato, hoje funcionam vários restaurantes que vendem pasteis com uma cara ótima, mas que não provamos porque fomos no café da manhã e queríamos algo com gosto de café.
Antigo Colégio dos Jesuítas, cuja ocupação foi em 1754 mas a fundação oficial apenas no ano seguinte, em 1755. Foi a maior e mais importante instituição de ensino construída pelos jesuítas até serem expulsos pelo Marques de Pombal.
Nos dias de hoje, o prédio abriga o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR, inaugurado em 1962, com um acervo de cerca de 25 mil peças divididas em quatro grandes coleções temáticas. Não conseguimos visitar, porque fomos em um domingo e ele não abriu, devido a pandemia.
Aberto em 1896 com manuscritos originais de Vieira dos Santos e a imagem de Nossa Senhora das Vitórias, com acervo de peças do século XVII e XVIII.
A Casa Veiga, construída a partir de pedras retiradas de uma demolição da Igreja do Bom Jesus dos Perdões, em 1938, no entanto, foi propriedade particular por mais de um século. Nela, viveu a família Veiga até os anos 70. Atualmente, é lá onde funciona o Teatro Municipal Rachel Costa, que possui 530 lugares.
Esta é uma homenagem do município de Paranaguá com o intuito de reconhecer a importância da contribuição doa árabes que vivem na cidade. A praça foi inaugurada em 14 de março de 2012.
Inaugurado no começo de 2014. o aquário abriga diversas espécies em 26 recintos. Alguns deles são interativos e, por exemplo, os visitantes podem até mesmo tocar nas raias e nos caranguejos. Possui três andares sendo dois com espécies e o último um mirante para ver a região.
Próximo ao local, é fácil estacionar mas, no momento que saímos e fomos para o carro, surgiu um flanelinha.
Inaugurado em 29 de Julho de 2009, em comemoração aos 361 anos de Paranaguá. Possui no térreo vários boxes onde são comercializados não apenas os artesanatos da região como também frutas, grãos e especiarias. No piso superior, estão os restaurantes que servem frutos do mar e comida variada e possui uma bela vista, porque é todo feito em vidro.
Nós tivemos um certo azar por não ter ido lá antes, visto que o local parecia ser bem bacana para tomar o café da manhã.
Esta é uma construção barroca, de 1794 e, de acordo com relatos, na época era frequentada pela elite da cidade. Possui até um cemitério no seu pátio dedicado apenas a crianças e a sacerdotes. Patrimônio Histórico do Paraná em 1962 e Patrimônio Histórico Artístico e Nacional em 1967.
Igreja São Benedito, fundada pelos escravos negros entre 1600 e 1650 e que era frequentada principalmente por negros alforriados. Construção de alvenaria de pedra. Em 1962, deu início do processo de tombamento e as obras de restauro.
Considerada Catedral Diocesana, foi construída em 1578 por escravos no período colonial português e foi onde tudo começou na cidade. Assim como a cidade e ao mercado municipal, foi a primeira igreja católica no estado, onde casas e o comércio começaram a formar a vila ao seu redor. Hoje, entretanto, já sofreu tantas reformas que não possui quase nada da igreja original.
A família Itiberê da Cunha edificou as duas casas em séculos diferentes em meados do século XVIII. O patriarca João Manuel da Cunha, encantou-se tanto por Paranaguá que, por conseqüência, acrescentou Itiberê ao nome de seus filhos. Um deles, Brasílio Itiberê da Cunha foi embaixador em diversos países.
O prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, em 1972, e nele hoje funciona a Casa da Cultura Monsenhor Celso e o sobrado abriga a Casa da Música Brasílio Itiberê.
É uma ilha pertencente ao município de Paranaguá e se situa a uma distância de 400 metros do centro da cidade. Sua área é de 2,8 km².
Situa-se à margem direita do Rio Itiberê. Pescadores que a habitam se dedicam à pesca artesanal e cultuam tradições, como por exemplo, a de ser o palco do fandango paranaense, uma dança típica litorânea.
São ligados a uma ponte e, com toda a certeza, atravessamos para conhecer o outro lado. Mas não tem muita coisa para ser visto, apenas uma estátua de Cyro Abalem, numa praça de mesmo nome pra e uma igreja que vamos colocar aqui as imagens.
Não sabemos quem foi Cyro Abalem entretanto, pela estátua, inaugurada em 1997, deduzimos que foi um músico.
Inaugurada em 1883 junto com o trecho Morretes Paranaguá e, em 1885, pela Princesa Isabel o trajeto até Curitiba. A estação foi desativada e substituída pela da foto, que a data de inauguração foi 07 de maio de 1922. Os móveis e equipamentos foram transferidos da antiga para a nova. A Estação atual recebeu trem de passageiros até a primeira década dos anos 2000.
Foi uma das maiores obras de engenharia ferroviária do mundo, naquele tempo e está em reforma no momento. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1990.
O Santuário de Nossa Senhora do Rocio, sendo ela a padroeira do Paraná, foi construído em 1813, se tornou ponto de peregrinação de fiéis de todo o país. Este ponto turístico, entretanto, fica afastado do centro cerca de 8 minutos de carro. Destaca-se a Praça da Fé, a Gruta de Nossa Senhora, e o Salão Social.
Reza tradição que pai Bere, um pescador, encontrou a imagem da virgem em sua rede de pesca, em um local chamado Rocio, sendo assim instituído o costume de rezar o terço para santa, principalmente no mês de novembro.
Em 1686, uma epidemia de cólera chegou ao litoral vitimando diversas famílias, o povo recorreu a santa e, assim, a peste teve seu fim.
A construção do belo prédio da Alfândega começou em 1903 e sua inauguração foi em 1910. Localizado na zona do Porto D. Pedro II. Possui arquitetura eclética no estilo Romano Renascentista.
Passou por diversas funções durante o tempo e atualmente retornou as suas funções aduaneiras sendo utilizado pela Receita Federal, até 1975 e depois abandonado pela mal conservação. Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná tombou a construção, em 1999.
Culinária famosa pelo pirão de peixe, a tainha e o barreado, uma comida comum na cidade vizinha Morretes, e que queríamos muito provar e, por isso, escolhemos ir conhecer a Casa do Barreado.
Barreado que é um prato típico de carne com farinha preparado no litoral paranaense, sendo o mais tradicional do estado. Sua origem é açoriana, de um ritual de 300 anos ainda seguido no preparo do prato.
Local: é pequeno e aconchegante e o atendimento foi muito bom. Nos explicaram todo o ritual e história da comida. O restaurante fica a pouco mais de 1 km do centro e pode-se parar o carro tanto dentro, na área do terreno, como na rua.
Prato Principal: barreado e amamos ver a forma de preparo do prato e como ele é servido. Em primeiro lugar, faz-se um pirão com o molho da carne e a farinha e, sem seguida, é servido com carne cozida 24 horas em panela de barro. A carne desmancha de tão molinha que fica.
Todos os pratos são feitos na hora, na sua frente, podendo repetir se quiser, por um valor fixo. É servido com arroz e vem na mesa aipim frito para completar o prato.
Você pode acrescentar banana no prato para neutralizar o gosto do cominho que é um tempero colocado no preparo e, com toda a certeza, nós indicamos comer com a banana.
Sobremesa: havia várias opções de sobremesas incluídas na refeição, isto é, bastava só levantar e pegar a vontade. Entre elas, mousse de maracujá, Chico Balanceado, pudim de leite, doce de abóbora, doce de mamão e doce de goiaba estavam sobre a mesa. E todas muito boas.
O Chico Balanceado é o carro chefe do local mas, como de costume, o Andrey preferiu e repetiu o pudim de leite.
Valor: R$110,00 para duas pessoas, com suco, prato e sobremesa a vontade.
Conforme já dissemos, os casarões antigos são muito bonitos e valem a visita até a cidade, que pode ser feita em apenas um dia. Caso você vá passar o final de semana, pode pegar de lá o barco para a Ilha do Mel. O trajeto é mais demorado, de cerca de uma hora e meia de duração mas a visita vale a pena.
Você gostou do post, tem alguma dúvida ou sabe de alguma dica especial ou sugestão? Então, envie para nós.
Leia mais sobre nossa viagem em Ilha do Mel.
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Olá casal, sou de Paranaguá e gostei muito da publicação de vocês! passearam e reportaram lugares que pessoas da cidade mesmo não conhecem e apreciam. Quando vocês citaram sobre "pessoas sinistras" e o acontecido de serem perseguidos, realmente, compreendi vocês, não me senti desrespeitada porque realmente é uma situação ainda atual em nossa cidade e não desmerece as belezas e encantos da nossa cidade mas realmente é um problema persistente. Obrigada pela visita e pelo post!
Olá, moramos ( eu, meu esposo e filho) há três anos em Paranaguá, realmente deixa muito a desejar ao turista. Muita sujeira, abandono de casarões, pedintes sempre atormentando, quase tudo fechado aos domingos. O povo local fica muito bravo quando alguém fala dos problemas REAIS da cidade, e isso até atrapalha a tomada de decisões do poder público, pois parece que está tudo bem, mas não está. Vocês não tomaram café da manhã no mercado municipal, e isso foi bom, teriam se decepcionado ainda mais, pela falta de higiene gritante que há, pelo mal atendimento, enfim, uma tristeza. Eu acho que parece que a população não sabe do potencial do local, que poderia ser muitíssimo melhor, mas preferem criticar quem quer alertar sobre os problemas. Morretes, nossa vizinha, fica lotada aos domingos, ótimos restaurantes, local limpo, feira de artesanato, tudo bonito. Fico imaginando isso aqui, na praça Mário Roque, ao lado do aquário, um espaço enorme, seria bom. O turista fica perdido, sem informações, espaços turísticos fechados aos domingos (inacreditável). Tem passeios de barco até o Porto, onde é possível ver toda a grandiosidade do mesmo, tbm tem botos cinza, toda a natureza e os mangues da região, é muito lindo, esse passeio eu recomendo porque a natureza não decepciona. Gosto da região, senão gostasse não teria vindo para cá, mas fico triste com tudo o que acontece por aqui e que vcs puderam constatar, descreveram bem. Espero que um dia melhore e que vcs possam voltar e passar momentos bons, é o que desejo de coração. Abraços!!
Obrigada pelo carinho e por ler o nosso blog!!
Creio que faltou um pouco mais de sensibilidade com a cidade, e também muuuuito estudo para se embasar nos fatos apresentados, apenas dando um google, não consegue informações realmente precisas de uma cidade de mais de 373 anos. No final de tudo, passou uma má impressão da cidade. Sou Agente de Informações Turísticas na cidade, se houvesse procurado a secretaria de turismo ou alguns agentes de informações, talvez teria aproveitado mais, e com certeza ter mais Informações concisas para apresentar. Tomara que se em outra oportunidade voltar a Paranaguá, procure pessoas capacitadas para te informar dos pontos turísticos, históricos e culturais. Para que tenha um artigo mais informativo sem denegrir a cidade e seus moradores, ou como chamou, pessoas sinistras. Para qualquer informação realmente verídica, e dadas por um morador local, pode me procurar @alyssonskyller.
Oi Alysson, boa tarde
Primeiramente obrigada por ter visitado nosso blog.
Lamentamos o desconforto causado em sua pessoa com a nossa experiência na cidade e gostaríamos de esclarecer algumas situações.
As informações não foram somente retiradas da internet, mas de publicação da Secretaria do Turismo que encontramos num dos restaurantes que visitamos.
Sobre a nossa experiência pessoal de termos sido perseguidos quando fomos ao Aquário, infelizmente aconteceu e também não encontramos policiamento ostensivo na rua para pedirmos ajuda.
O blog narra nossas impressões na passagem pela cidade e não obrigatoriamente representa a situação geral de Paranaguá.
Se você se atentar em nossa conclusão final, vale a pena visitar a cidade.
Caso tenha qualquer informação interessante sobre pontos turísticos, históricos e culturais que deixamos de comentar, favor informar para que numa próxima passagem na cidade possamos acrescentar em nosso roteiro.
Atenciosamente,
Olá Carol, bacana este registro fotográfico e descritivo, do passeio de você, ricamente ilustrado. Esperamos que da próxima vez, vocês saiam com uma impressão melhor da cidade. Já há uma previsão de restauro de 4 casarões e esperamos que eles sejam bem aproveitados pela comunidade parnanguara, num futuro próximo.
Como sugestão, é preciso que vocês reescrevam o texto sobre a Estação Ferroviária de Paranaguá. Esta é a segunda Estação no centro de Paranaguá, a primeira, foi inaugurada em 1883 , juntamente com o curto trecho Morretes-Paranaguá, estendido até Curitiba em 1885. A segunda e atual, começou a funcionar, sem uma formal inauguração em 07 de maio de 1922. Simplesmente os móveis e equipamentos foram transferidos da antiga para a nova. A Estação atual, recebeu trem de passageiros até a primeira década dos anos 2000. Foi recentemente restaurada como um ponto cultural e turístico de Paranaguá. Vejam mais detalhes em: http://www.estacoesferroviarias.com.br/pr-cur-paran/paranagua.htm
A Casa do barreado é tudo de bom, dona Norma nos cativa com sua simpatia e ótima comida. As sobremesas então, tentadoras. Ah, a complementação do prato, é aipim frito, e não polenta frita, sempre bem quente e crocante. Corrijam este detalhe.
Um grande abraço a vocês!!
Oi Almir Obrigada pelo texto e pelas correções pode ter certeza que farei as mudanças! Foram críticas muito construtivas!! Muito obrigado pela visita!! 😊
Obrigada por ter gostado de Paranaguá, a cidade é linda e aconchegante, pena que os governantes não cuidam dessa cidade histórica. A tarde e a noite temos bares abertos na rua da praia, eu amo ficar olhando para o Rio Itiberê.
Obrigada! Fizemos com muito carinho! ☺️
Sim! A cidade é linda mesmo!!!
Gostei muito da reportagem que vcs fizeram sobre Paranaguá.
Oi Maria bom dia muito obrigada pelo carinho! tivemos um problema com nosso email, por isso a demora!